O homem é um ser social o que
poderia ser traduzido por indivíduos que atuam em grupo em prol de um bem
maior. E assim seria se nossa moderna sociedade não estivesse infectada pela
ambição individualista. Assim se pode ler que o indivíduo faz o que é bom para
o grupo na exata medida que seja o melhor para si mesmo de alguma forma.
Por que eu digo isso? Se assim
não fosse poderíamos estar vivendo um século XXI sem violência, com melhor
distribuição de renda, com todos os homens sendo encarados como iguais em
qualquer circunstância. Com escravidões (trabalhista, miserável, sexual, entre
outras) totalmente abolidas.
O homem deste século deveria abominar
tudo aquilo, ser incorruptível, participativo e respeitador do livre arbítrio
alheio.
Mesmo quando se fala de amor
vamos encontrar o amor ciumento, amor dominador, amor violento, amor irresponsável,
isto é; amor sem amor por sem seus ingredientes básicos: confiança, parceria, respeito
mútuo etc.
Todavia o que mais condena o
indivíduo da raça humana é o uso de todo e qualquer poder para submeter o
próximo a quem deveria amar como a si mesmo. Em especial o uso da religião.
Mesmo as que se consideram as mais evoluídas. Como o indivíduo recorre a seu
Deus, anjos, santos, profetas, protetores e todos os demais acessos religiosos,
em preces, oferendas, sacrifícios ou que nome tenha com pedidos simples:
a) Reivindicando
o amor de outrem. Quer influenciar outro ser humano para que o ame independente
do que possa lhe indicar o livre arbítrio;
b) Orando
para progredir profissionalmente mesmo sabendo que para isso seu amigo e chefe
provavelmente terá que perder o emprego com que sustenta sua família. Isso sem
se importar se seu chefe usa seu livre arbítrio para dar o seu melhor, mesmo
sendo o chefe mais eficiente;
c) Usando
rituais que vão levar a dor aos inocentes de outros grupos sociais independente
do livre arbítrio do outro povo para decidir seu próprio rumo;
d) Em
suma, quer o religioso acesso a poder sobre os demais indivíduos, mesmo que
seja o ser a quem julga amar com devoção.
Vamos nos fixar apenas no caso do
amor. O indivíduo acredita que ama alguém e que por isso esse alguém só será
feliz com ele. Para POSSUIR o ser amado recorre a todo tipo de armadilhas, usa
todo poder que tiver a sua disposição e até mesmo sua fé a fim de impedir o
livre arbítrio do ser amado.
Era de se esperar que o amante
fosse digno de abrir mão da companhia do amado em prol de sua felicidade. Mas
não, se o indivíduo não pode ter a felicidade da companhia de quem ama acredita
piamente que o outro, por não corresponder ao seu amor, tem que ser ainda mais
infeliz que ele. Alguns chegam a matar o ser amado ou a quem o amado ama
(companheiro, ascendentes, filhos) para vingar-se da dor que acredita que é o
outro que lhe esta impondo sem ser capaz de perceber que sofre apenas por não
saber, na verdade, o que é o amor.
E é a falta deste amor verdadeiro
que faz o homem receber orientações sociais em sua criação que o encaminha para
o individualismo, para a ganância, para a busca desenfreada do sucesso e poder
e assim nasce a violência que tanto faz sofrer a sociedade humana.
Basta respeitar o livre arbítrio
do outro e atuar em parceria com a vontade coletiva sem buscar as vantagens
pessoais neste esforço para mudar o mundo transformando-o em curto prazo num
lugar melhor e no longo prazo num paraíso inexplicável e hoje simplesmente
utópico.
Contador de Histórias
tocadelobo@gmail.com
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