sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Paixão de Jesus – uma abordagem espírita


A cada Semana Santa o tema da ressurreição de Jesus se mostra polêmico dentro do espiritismo em função da cultura católica que muitos de nós ainda trazemos incutidas em nossa personalidade.
Mas grande parte dos espíritas entende que a Paixão de Jesus começa, no Planeta Terra, no momento de sua concepção – outro tema bastante polêmico. Ainda mais se introduzirmos as teorias de colonização alienígena – seria Jesus um extraterrestre?
Em meio a tanta polêmica a prisão, condenação e morte de Jesus é fato incontestável e não suscita qualquer discussão.
Para nós – espíritas – é certo que Jesus assumiu um compromisso quando no mundo espiritual e veio cumprir uma missão onde sua Paixão estava muito bem determinada.
Prova disso é que em Mateus 16, versículos 20 e 21, vamos encontrar a, digamos, profecia:
“Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.
Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.”
Na verdade Jesus veio ao mundo encarnado para nos deixar ensinamentos e exemplos. Veio mudar a lei do olho por olho e dente por dente pela lei do amor. Do amar ao próximo como a si mesmo.
Fez mais. Mostrou que não se deve esperar qualquer recompensa, em vida, por trilhar o caminho certo. Ficou claro para nós espíritas que estamos aqui para aprender a amar incondicionalmente. A codificação mostra que o caminho é o autoconhecimento e a reforma interior. Desta fórmula Jesus não precisou, mas nós – imperfeitos que somos – precisamos e muito.
Devemos, pois, não apenas hoje, mas a cada dia, a cada instante, manter nosso elo com o mundo espiritual através da oração e da busca incessante da reforma moral e do amor ao próximo. Sem esquecer que o próximo normalmente está mais próximo do que imaginamos. Devemos começar a praticar o amor e a caridade dentro de nossa própria casa familiar e religiosa.
Nesta data devemos refletir sobre o amor de Jesus, que foi reconhecido como o Cristo – o Messias anunciado – e tentar aprender com ele como conseguir amar primeiro a nós mesmo; depois aos nossos familiares; em seguida aos nossos companheiros de jornada terrena – aqueles que giram com sua vida ao redor de nossas vidas e jamais deixar de olhar o outro com um ser humano, como a nós mesmos, independente de sua situação humana atual.
Os pais que aprenderam a amar incondicionalmente seus filhos já experimentaram a margem deste amor que Jesus nos dedicou e que nos pede para com ele aprender e a por em prática.
Que o espiritismo seja a ferramenta que precisávamos para alcançar tal evolução. E agradeçamos ao Cristo a mais esta oportunidade encarnatória sem poupar esforços para evoluir mais e sempre.


Borges.RJ
Contador de Histórias
borges.rj@globo.com