sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Menina da Janela


Quem será aquela bela
Que, postada na janela,
Vivo a contemplar?
Tem um sorriso vivo!
Um olhar expressivo!

E tudo, que dela vejo,

É sempre de encantar!


Quem será aquela bela

Que da janela contempla

A vida passando?

E vai deixando passar...

Ao amor: se deu poucas vezes!

E ele, é certo,

Sempre lhe fez chorar.


Onde andará aquela bela

Que da janela encantava

Ao sorrir ou olhar

Para quem por ela passava?

O tempo passou por ela.

E ela, lá ainda está!


Sua vida encheu de amores

Só pela família que a cerca.

Mas ali se manteve cercada.

Livre ficou das dores,

Sempre encantou a todos,

Mas nuca se viu amada!


Vez ou outra volta a ela

À janela e se prostra.

Ainda tem quem se encante.

Tem quem saudades até sinta.

Mas já mostra no semblante,

A marca do tempo constante,

Que passou naquela janela!


Medo da dor ainda sente.

Da vida ainda ausente.

À janela quase não vai...

Seu sorriso ainda vivo e

Seu olhar sempre expressivo

Esperança... Não mostram mais!


Borges.RJ
Contador de Histórias
borges.rj@globo.com