domingo, 23 de dezembro de 2012

OS CHATOS NATALINOS!

Você já reparou como as pessoas ficam chatas com a chegada do natal. Ficam melosas. Participam de tudo com um espírito mais fraterno. Confraternizam-se com familiares e amigos, alguns que durante todo ano não viu nem deu um telefone, ignorando-os totalmente. As pessoas ficam melosas, carinhosas, próximas. Os seres humanos ficam mais humanos, são mais famílias, valorizam as amizades, estão, em fim, mais próximos.
Você também notou?
Acho que é por isso mesmo que sou apaixonado pelo natal. Como uma data especial para algumas religiões pode, pelo menos no Brasil, envolver todos os indivíduos num mesmo clima, independente de suas religiões. Mesmo os que não aceitaram o Cristo como o messias de Deus, e até mesmo os que não creem em divindades, se contaminam neste clima fraterno e notamos que o mundo poderia, só mantendo este clima por mais 52 semanas, ser muito melhor, mais humano, mais fraterno, mais equilibrado, mais igualitário e menos injusto e egoísta.
Por isso, para todos vocês, e em especial para você que me lê agora, desejo que o clima do natal se infiltre de forma definitiva em sua mente, em seu corpo. A teoria das massas dita que o comportamento da raiz quadrada de um por cento de seus componentes dita seus rumos. Assim tenho esperanças que se você também for definitivamente contaminado pelo espírito de natal, fazendo-o perdurar por todo ano de 2013, teremos muitas surpresas nas próximas festas natalinas.
Eu vou tentar fazer a minha parte e convoco a você, leitor amigo, a juntar-se a mim neste esforço que não será simples nem leve, mas poderá ser definitivo em nossas vidas e nas vidas dos que nos cercam!

EM TEMPO:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Terminamos um ano, mais uma vez, envaidecidos de sermos brasileiros. Mas, no pagar das luzes, talvez acreditando nos cataclismos previstos para 21/12/2012, o Poder Legislativo mais uma vez claudicou.
As demonstrações de incompetência na gestão dos poderes, que o povo os emprestou com seus votos, são incontestes.
Quis alegar a independência dos poderes para negar ao Poder Judiciário a capacidade de julgar atitudes comprovadamente criminosas praticadas por seus pares e deferir-lhes penas. Ora, é justamente para que ninguém possa ficar acima das leis que existe o Poder Judiciário e a Constituição prevê a prerrogativa do Supremo Tribunal Federal para julgar quaisquer dos representantes de quaisquer dos poderes.
Assim agindo o Congresso Nacional e seus dirigentes no Senado ou na Câmara vão de encontro ao desejo de seus eleitores que assinaram uma procuração de representação mas que não foi papel em branco, esta procuração tem os limites constitucionais.
E ainda tem mais. Esquecendo que o Poder Legislativo é o responsável pela elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, mas que em assim sendo deve se render ao seus ditames, quis, por ganância, e não apenas por ambição de melhor exercer seu mandato em defesa dos estados que representam, vetar justo e legal veto que manteve o respeito aos contratos já firmados evitando assim que a legislação dos Royalties pudesse ter sua constitucionalidade questionada.
Foi além, quis mais uma vez negar ao Poder Judiciário de se manifestar em razão de matéria puramente jurídica.
Assim agindo o Congresso Nacional expôs ao povo, de quem emana seus poderes, a incompetência na gestão das próprias regras das casas e do Congresso. Ora, o prazo para avaliar vetos é de 30 dias e anos e anos se passaram sem que o Poder Legislativo fizesse seu dever de casa, e numa semana audaciosa e ambiciosa pretendiam sobrepujar o mandato recebido por nós fazendo-nos engolir a apreciação em uma única seção mais de 3.000 vetos.
A impossibilidade se comprova simplesmente. Apenas para ler as mais de 400 páginas de índice dos vetos a serem apreciados, lendo-se uma página em 3 minutos, levariam apenas 20 horas. A votação, prevista para acontecer sob sigilo – eu não quero nenhuma votação sigilosa - acredito que 70% dos brasileiros também não queiram – respeitem o nosso poder – em cédulas de papel, se durasse apenas 10 minutos para votar, 10 minutos para recolher, 10 minutos para votar, corresponderiam a 30 minutos por veto apreciado, como eram mais de 3.000, vamos arredondar: 3.000 X 0,5 hora = 1.500 horas, ou seja, todo o processo não terminaria em menos de 1520 horas.
O Congresso Nacional queria mostrar ao país, e a cada cidadão que emprestou seu poder aos representantes daquelas casas, que em uma única seção votaria conscientemente o que, de forma irresponsável, levaria mais de dois meses de seções de 24 horas ininterruptas.
Mostrou mais, ficou certo que não estão dando conta do trabalho acumulado. Ora, como então recebem tão altos salários, possuem tantas férias, trabalham tão poucos dias na semana, e tão poucas horas por dia?
Não quero Deputado Federal nem Senadores estafados, peço apenas 30 horas semanais em turno ininterrupto de 6 horas por dia, de segunda a sexta-feira, como tantos trabalhadores do país. Percebam que os mais qualificados e até mesmo os donos de seus próprios investimentos (empresários) trabalham muito mais que isso!
Está na hora da sociedade sair da ostra do egoísmo e buscar não apenas o que lhe contempla, mas mudar a sociedade mudando nossos representantes que não respeitam nossa honorabilidade, honestidade, produtividade e anseios. MANIFESTEM-SE em todas as REDES SOCIAIS!
Ainda assim desejo a todos, inclusive aos responsáveis pelos Três Poderes de nossa República, uma Natal repleto de paz e felicidade no seio de suas famílias e entre seus amigos.
Desejo mais, a todos nós um 2013 mais produtivo, com mais sucessos, mais responsabilidade e compromisso com o futuro, e com muitas, muitas realizações positivas para a sociedade em qualquer coletividade.


Borges.RJ
Contador de Histórias
borges.rj@globo.com