domingo, 9 de agosto de 2015

Impactos Natalícios





Estava ansioso, agitado e apático numa espera atordoante. O tempo se arrastava e os minutos pareciam horas e me angustiavam. A notícia precedeu os fatos me dando alento e alívio. Ainda assim eu precisava estar ao lado da companheira da minha vida para ter paz de espírito.
Finalmente estávamos juntos. Nada mais me abalaria, eu acreditava nisso. Como somos diferentes das mulheres!
Ela, comigo ao seu lado, esperava calma a visitante que ela parecia já conhecer profundamente. Enquanto eu sentia crescer novamente todas aquelas indesejáveis sensações que entraram em ebulição com a visão daquela dádiva chegando por mãos estranhas embrulhada num pacote de tecido que mais parecia um casulo.
A esposa ao meu lado, depauperada, ainda sorria feliz e divertida com as minhas reações e expressões. O pacote me foi entregue e eu explodi dentro de mim mesmo.
Como descrever emoções para as quais nem os poetas inventaram palavras. Quando falamos que estamos com saudades as pessoas ao nosso redor entendem o que estamos sentindo. Mas não existe qualquer termo que possa resumir a explosão de sentimentos miscigenados dentro de um corpo, apesar de grande, muito pequeno para comportar tantas sensações e manifestações racionais e emotivas.
Nós, homens, nos tornamos pais quando pela primeira vez temos contato com nosso recém-nascido, mesmo acompanhando diuturnamente a evolução daquele ser no ventre materno e curtindo passo a passo sua evolução. Pelo menos comigo foi assim. Enquanto minha esposa recebia, de mim, em seus braços aquele minúsculo ser, uma cópia de nós mesmo, com se ela sempre estivesse consigo, eu ainda estava deixando fluir toda carga emocional e recebendo racionalmente o peso da responsabilidade daquele novo ser que sem qualquer manual, sem botão de liga/desliga me fora entregue.
Foi assim, no mesmo misto de intenso prazer indescritível e sentindo o peso da grande responsabilidade que Deus me confiava, que dois anos depois, novamente em agosto eu recebia um novo presente num invólucro de tecido que mais parecia um casulo: “Estava ansioso, agitado e apático...”
Hoje, lá se vão alguns anos e olhando o passado ainda me questiono se fui um depositário fiel dos esplendorosos patrimônios a mim confiados pela misericórdia divina, que nos permite a perpetuação eterna pelo advento da procriação.
Tenho orgulho de minhas filhas, dos belos seres humanos que elas se tornaram, das excelentes e dedicadas profissionais e das pessoas íntegras que valorizam a família, a igualdade entre as pessoas e seus pais, mas ainda me questiono quanto deixei de dar, de fazer, de apoiar, de estar junto, de ser pai nesta trajetória de aprendizagem que, na vida, jamais termina.

De qualquer forma vou comemorar sempre o mês de agosto que me deu uma leonina e uma virginiana para completar, engradecer e iluminar minha vida com felicidade e muito, muito amor.
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sábado, 8 de agosto de 2015

10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO

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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Comprovante de Residência

Quantas vezes você se viu impedido de praticar um ato de seu interesse por falta do Comprovante de Residência que lhe exigiram?
Quando você busca orientações, mesmo para propor uma Ação Judicial ou requerer o Vale-Transporte descobre que só serão aceitas as contas de água, luz, gás ou telefone em seu nome, e deverá ser recente.
Algumas entidades públicas ou privadas poderão até exigir um dos seguintes documentos: atestado de residência firmado por autoridade policial ou judicial, a notificação do Imposto de Renda do último exercício ou recibo da declaração referente ao exercício em curso ou o seu contrato de locação, sempre em seu nome.
Em um país com mais Ministros do que Ministérios e com incontáveis Ministérios (eu desafio ao leitor a me informar, de imediato, quantos são) eu consigo sentir imensa falta do Ministro Hélio Beltrão e do seu famoso Ministério da Desburocratização.
Foi resultado deste Ministério que surgiram o Juizado de Pequenas Causas e o Estatuto da Microempresa – pelos frutos percebemos que esse Ministério ainda faz falta e que sua existência certamente faria com que alguns Ministérios tão inúteis viessem a ser extintos.
Mas voltemos ao que interessa: Comprovante de Residência!
Existe, sim, uma lei que liberta o cidadão dos empecilhos criados pela exigência de comprovação de residência. Normalmente surge essa exigência quando você busca um direito seu. E eu pergunto: Por que o cidadão mentiria?
O cidadão pode não saber qual a punição legal para mentir oficialmente sobre seu endereço, mas ele sabe que ela existe.
No Código Penal está tipificado esse crime com clareza no artigo 299 que determina:
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular”.
Estou certo de que a informação é relevante e por isso exigida. Estou certo que o criminoso tem grande interesse de omitir essa informação. Mas estou certo também que para quem vai cometer um crime e pretende ocultar seu domicílio não existe qualquer dificuldade pois, na realidade, no cotidiano, ninguém checa a autenticidade do documento recebido como comprovante de residência que não demanda muito conhecimento para ser fraudado.
Por isso vou deixar aqui com vocês a melhor solução para quem, por exemplo, já idoso, mora com os filhos e não tem qualquer conta das prestadoras de serviços em seu nome e tantas outras situações tão rotineiras – A LEI!
LEI Nº 7.115, DE 29 DE AGOSTO DE 1983.

Dispõe sobre prova documental nos casos que indica e da outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art . 1º - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo próprio interesse ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira.
Parágrafo único - O dispositivo neste artigo não se aplica para fins de prova em processo penal.

Art . 2º - Se comprovadamente falsa a declaração, sujeitar-se-á o declarante às sanções civis, administrativas e criminais previstas na legislação aplicável.
Art . 3º - A declaração mencionará expressamente a responsabilidade do declarante.
Art . 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art . 5º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 29 de agosto de 1983; 162º da Independência e 95º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Hélio Beltrão
Agora você já sabe, se alguém lhe exigir um Comprovante de Residência, faça uma simples DECLARAÇÃO do tipo:
Eu, Fulano de Tal, (nacionalidade), (estado civil), (identidade), (cpf), DECLARO PARA OS DEVIDOS FINS, com base no que determina a Lei nº 7.115/83, que resido no seguinte endereço:
(endereço completo: logradouro, número, bairro, cep, cidade, estado).
A presente é a expressão da verdade pela qual assumo as responsabilidades civis, administrativas e criminais.
Por favor, só não me perguntem: E se não resolver?


Eu não teria respostas para uma pergunta tão abrangente que envolve a deplorável defesa da cidadania brasileira.

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domingo, 8 de março de 2015

Para não dizer que não falei de flores ou O MUNDO FEMININO

Definitivamente existe um mundo diferente, que me cerca, mas que eu poderia definir como uma outra dimensão.  Nele, tudo tão igual ao meu, as coisas assumem cores, sabores, odores, nuances e valores tão diferenciados que parece ser outro mundo.
Ali as coisas do espírito estão mescladas em tudo e a percepção do divino e seu oposto são levadas mais a sério.  Um simples arranjo de flores amarelas substituindo as rosas rosas mudam o ambiente transformando-o definitivamente. E cada detalhe, cada móvel ou cada quadro emprestam energia e sinergia indo além do belo e confortável para o harmonizado e aconchegante.
Mesmo as pessoas não possuem apenas nome e caráter, são compostas por pele, cabelos, roupa que falam de suas personalidades e estado de espírito.
Grupos sociais, como a família, por exemplo, precisam muito mais do que o simples sustento, educação, saúde, esporte ou lazer. As pessoas da família neste outro mundo precisam de envolvimento, acalanto, afeto, incentivo e auto estima. Mas não para vencer na vida - para vencer a vida.
Sendo do gênero masculino devo me render, não apenas por não ser este o meu mundo, mas pela maioria de seus habitantes, que esse é um mundo que devo conceituar como Mundo Feminino.
Acho que mais ninguém imagina que todos os habitantes de um mundo feminino devam ser fisicamente mulheres e, como eu, certamente, vão concluir que o que define os habitantes destes mundos, digamos, dimensionais, é a alma.
As mulheres deveriam formar, por exemplo, o maior grupo de líderes religiosos do mundo pois que entendem de alma e preces como ninguém e é a elas que recomendamos, nós, do gênero masculino, as orações que necessitamos sem confiar nas que podemos formular.
Aliás, pela lei do equilíbrio deveria existir um Mundo Masculino em contra ponto - mas estou convencido, neste caso que existe apenas o excludente - o mundo dos outros, o mundo de quem não pertence ao Mundo Feminino e, este também, está repleto de mulheres.
As diferenças que a ciência foi capaz de diagnosticar entre os gêneros humanos não são capazes de explicar este outro mundo que faz com que em uma realidade impregnada de cultura machista e até antifeminista, que sejam elas, direta ou indireta ou imperceptivelmente, que dominam os homens e a humanidade.
Sei, entretanto, de uma inegável verdade: meu mundo só é suportável diante da existência desta outra dimensão que oferece todo tempero que minha existência anseia, deseja e necessita.
Lembro agora das meninas que vencendo culturas e guerras ganharam a atenção e respeito de todos os mundos simplesmente com atitudes e palavras que abriram a elas as portas da ONU para universalizar suas manifestações!

Homenageando a todos habitantes desta outra dimensão de meu planeta desejo que o dia internacional da mulher se comemore a cada um dos dias que nos resta enquanto humanidade.

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Paixões Humanas

   A capacidade humana de se apaixonar me impressiona. Não que eu condene este sentimento, ele faz parte da natureza humana e as paixões são, em sua maioria, salutares, pelo menos em seu início.

   A paixão mais comum e talvez a primeira que experimentamos de fato é a que superlativa nossas relações amorosas. Em seu início, e enquanto sob o controle da racionalidade, ela nos leva a emanações de felicidade e prazer que envolvem o ser amado.

   O perigo das paixões está justamente quando ela se transforma em escravidão do ser apaixonado. Desaparecem seus melhores efeitos e, subjugados por ela, passamos a exigir do objeto de nossa paixão que espelhe o que imaginamos e não a realidade.

   Assim ofuscamos o que tem de belo em nossas relações amorosas passando a sufocar o ser amado. Mesmo nos demais campos onde as paixões se manifestam é mais ou menos a mesma coisa que vemos acontecer.


   Os torcedores de um time – ente abstrato dentro de nós e personificado por um símbolo, suas cores e a equipe que as defende – podemos nos tornar agressivos contra as pessoas que julgamos serem responsáveis por aquele time estar nos fazendo sofrer ao invés de nos proporcionar prazer e felicidade.

   Uma coisa é comum em toda paixão humana: a busca da felicidade. Seja ela por uma pessoa, por um time, por uma religião. Nós, os seres humanos, temos dificuldade de chamar para si a responsabilidade pela nossa felicidade.

   Assim podemos classificar como paixão nossos vícios. Quem usa entorpecentes e se apaixona pelo o que ele proporciona se transforma num apaixonado. Mesmo racionalmente acreditando que deve, para seu próprio bem, abandonar o vício, vai criando uma série de desculpas e subterfúgio para mantê-lo acesso e funcional.

   A pior parte das paixões reside justamente nesta esfera que afasta o racionalismo da personalidade humana. Deixamos de ver as coisas como são e passamos a vislumbrá-las como deveriam ser no modelo que concebemos, repleto de subjetividade no abstrato em que a paixão se transforma ofuscando o próprio objeto da paixão.

   Explicando melhor. Um viciado não vê um simples pó branco quando olha a trilha da cocaína a sua frente, ele vislumbra o mito que o alçara àquele primeiro prazer experimentado e em busca desse prazer que jamais se repetirá ele continua consumindo aquele pó branco como se fosse o afrodisíaco divino inenarrável.

   O ser humano tem a capacidade de sublimar o objeto de suas paixões e com isso o retira do mundo real criando, assim, a insatisfação naquilo que deveria satisfazê-lo. Esperamos sempre mais do ser amado, de nosso time, de nossos vícios.

   Acontece que o ser humano, também, não costuma reavaliar suas crenças. Depois que assimila um conceito – grande parte deles têm origem na adolescência – nem sempre é capaz de reexaminá-lo. Esquecemos que grande parte do que somos é a expressão do outro em nós como defendem algumas correntes filosóficas. Assim é que surgem os preconceitos. Somos, todos nós, de alguma forma, donos da verdade. É com base nestas verdades que enxergamos o mundo e discernimos entre o certo e o errado.

   Mas, o que é certo para mim, pode parecer errado a outrem e os limites de onde começa e termina minha liberdade e começa a liberdade alheia são tão tênues que é comum avançarmos muito além destas fronteiras, em especial quando fustigado pelas paixões.

   Disse isso tudo para trazer você até aqui. Antes das mais sérias decisões de sua vida dispa-se de seus preconceitos e tente recolorir o mundo a sua volta. Tente usar as cores que os outros usariam. Isto é, pense com a mente de quem o confronta. Pense no outro como se fosse você mesmo.

   Quem sabe assim a humanidade tenha uma oportunidade para se humanizar mais e melhor. Não decida nada com base apenas em seus preconceitos, ou melhor: pré-conceitos. Leve em consideração as crenças e paixões alheias. Tente ver com outros olhos.

   Coragem! Enfrente a si mesmo. Dispa-se antes de se olhar no espelho moral e tente ver a realidade que ele reflete. Não caia no lugar comum de enxergar melhor os erros alheios. Reflita, pondere e tente, realmente, se autoconhecer. Não para que o mundo se torne um lugar melhor, mas que você saiba caminhar e conquistar sua felicidade percebendo que ela não depende de mais ninguém que não apenas você.

   A felicidade, para ser conquistada, pode exigir renúncias, dores, abnegação. Como um alcoólatra será feliz antes de abandonar o álcool por quem é apaixonado? Devemos abandonar coisas e até pessoas no caminho em prol de nós mesmos. E, tenha certeza, a pessoa abandonada (coisa não tem sentimentos) também terá a chance de ser mais feliz.

   Cuidado apenas com o termo “abandonar pessoas”. Que ele não signifique para você romper relações. Falo da pessoa que você enxerga quando olha as pessoas que lhe importam. Vê-las de maneira diferente e abandonar aquela construção distorcida pelas suas paixões normalmente é o suficiente para um projeto de felicidade.

   Lembro que em determinado momento me vi com saudades da minha esposa e percebi que continuava vendo-a como a menininha de treze anos que conheci mesmo quando ela já passara dos vinte e dois anos e já era mãe. Reinventá-la em minha mente tentando fazer com que ela correspondesse o mais possível com a pessoa real que vivia ao meu lado pode ter sido a fórmula para com trinta e quatro anos de relacionamento cotidiano (depois de nove anos de namoro) jamais tenhamos sequer brigado.

“As paixões humanas não têm conta,
são tantas, tantas,
como as areias do mar,
e todas, as mais vis como as mais nobres,
começam por ser escravas do homem
para depois o tiranizarem.”
Nicolau Gogol

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

SOLIDÃO

SOLIDÃO - Foto: Borges C.
Que sensação estranha é essa que nos toma em plena multidão e dela nos isola. Quando solitário não importam horário, local, acompanhantes, sons ou ruídos. É como se tudo fosse um só burburinho sem qualquer significado.

Solidão é estado de espírito e não leva em consideração o que nem quem nos cerca e realça apenas o que nos falta.

Quando solitário normalmente buscamos nos isolar em nosso canto certos de que não existe um lugar melhor para nós. A presença de amigos só iria nos importunar. Queremos estar a sós, apenas conversando com nós mesmos. 
Certamente vão diagnosticar uma depressão.

A solidão, de fato, nos faz buscar a depressão. Felizmente, para a maioria dos solitários existe um remédio que mora no fundo de sua saudade. Para outros restam os psiquiatras, psicólogos entre outros.

Mas de que adiantaria falar da solidão sem sugerir um caminho de fuga?

Não sei nem estou preocupado com isso, afinal, agora, estou só!


Quem tiver a boia salvadora dos afogados em sua solidão fica aqui o desafio...

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