domingo, 3 de novembro de 2013

Morrer de Amor

Estela estava inconsolável. Seu corpo e sua mente agiam contra ela como algozes torturadores. O corpo cedia a uma dor física no centro do peito. Dor irremediável de origem psicológica. A mente brincava de maltrata-la trazendo à cena memórias deliciosas de incríveis momentos vividos com Getúlio para na sequência apunhalar profundamente seu dolorido peito reprisando acena de traição memorizada com todos os detalhes.

Nos momentos mais dramáticos é tanta a agonia regada por salgadas lágrimas que melhor seria morrer. Mas de amor não se morre facilmente. 

Nada tem graça, nem mesmo o sol que insiste em nascer mesmo nos dias mais chuvosos. 

Resolve olhar o dia nublado lá fora e tomando banho de chuva estão Getúlio, abraçado à Fernanda, e todo seu grupo de amigos.

Seu coração recebe do cérebro uma injeção diferente e com raiva se junta ao grupo para também dançar. Decidida em sua vingança puxa para si Marcelo, o menino mais disputado da região, e sai dançando com ele. A alegria de Marcelo é contagiante e liberta Estela que recebe sem restrição um abraço envolvente e o beijo radiante no instante que alguns raios solares rompem as grossas nuvens.

No misto de chuva com sol, seu corpo também, em meio as mágoas, injetado de raiva e desejo de vingança, se vê invadido por forte dose de adrenalina.
Agora o coração dolorido dispara, a respiração fica entrecortada, arrepios cobrem seu corpo e quando encontra o olhar de Marcelo aguardando o seu no abrir dos olhos, descobre-se apaixonada.


Que delicia a adolescência! 

Estela está Morrendo de Amor por Marcelo!

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Prerrogativas legais da CEDAE e suas injustiças para o “cliente”



Todo contrato é bilateral, mesmo quando de adesão e com legislação própria. Nada justifica que o “cliente” da CEDAE seja obrigado a pagar a tarifa mínima quando não está disponível o abastecimento de água – objeto do contrato.

As cláusulas penais incidem nas tarifas, mas não encontram bilateralidade quando a falha é da CEDAE que é obrigada a manter o abastecimento em quantidade e qualidade que dela se pode esperar.

O Carro Pipa de 15.000 litros paga a CEDAE R$ 48,85 e cobra até  R$ 5.000,00 aos “clientes” que a CEDAE deixa de atender apesar da existência de um Contrato firmado. Pergunto: Quem tem interesse neste sistema?

Com a a palavra o Poder Legislativo Federal e do Rio de Janeiro!

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Hoje é o Dia dos Cornos!


    
A frase se tornou famosa no FACEBOOK. Sempre um mais inocente a comenta confessando ser, para ele, uma novidade. A turma adora e cai em cima para consolar o infeliz com outra frase ainda mais famosa: - É que o corno é sempre o último a saber!


     Alguns defendem – WINKIPÉDIA, por exemplo – que é no dia 25 de abril, diz a enciclopédia:

“O Dia de Cornos, é uma festa profana celebrada no dia 25 de Abril, dia de São Marcos, nos Açores, principalmente nas Ilhas do Pico e Faial, e especialmente nas freguesias de São Mateus, em Madalena.1 e dos Cedros, no Faial.2
A celebração foi praticamente esquecida após o 25 de Abril de 1974, sendo que subsistem pequenas tradições relativas a essa festividade. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_de_Cornos)”


     Um tema assim tão importante merecia uma pesquisa mais detalhada afinal muitos artistas, dos mais variados segmentos, se rendem ao tema sem receio dos rótulos. Assim, eu também, me aventurei. Acredito mesmo que finalmente todos vocês vão concordar comigo e entender porque é um dia tão difícil de determinar.


     Normalmente buscam a resposta no “todo poderoso anticristo”, o Google, como todo corno ele ainda não sabe. Mesmo tags como “dia d...” corno, cornos, infiel, infidelidade, infidelidade conjugal, traídos, ricardão, manso e os demais codinomes que o corno recebe país afora, voltam com respostas estapafúrdias – mania que os cornos como o Google têm para justificar sua cegueira em relação ao tema.


     Consultei mansos (cornos que sabem e alguns que até querem assistir), ricardãos, esposas e maridos traidores, testemunhas silenciosas e finalmente descobri. Fui então tomado pela dúvida se deveria contar a todos. O conhecimento do dia poderia acarretar, além de consequências comerciais, transtornos conjugais.


     Um corno, amigo meu, me garantiu que mesmo que tivesse essa informação permaneceria tranquilo pois confia em sua esposa. Percebi assim que corno é o último a saber por que apesar de todas as evidências ele insiste em não ver nem acreditar nos fatos. Por isso fiquem felizes, vou satisfazer a curiosidade geral e vocês agora vão entender porque a data nunca foi definida.


     O volume de cornos é tão grande, isso sem falar que os traidores podem trair com diversos parceiros a um só, que não existe um dia no ano para se comemorar o dia do corno. Nem data mensal como a primeira sexta-feira de cada mês. Nem mesmo uma data semanal! São duas: quartas-feiras e sábados! Afinal umazinha só por semana é pouco!


     Não me venham falar da sexta-feira – ela é consagrada a sacanagem universal e não à traição. Inclusive nas sextas-feiras muitos cornos transformam-se em swings. Sem nunca deixarem de ser cornos as quartas e sábados. Uma simples questão de mais prazer para o mais guloso da relação.

     
     Já sei, você não sabia e não vai acreditar! Adivinha por que?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Microcontos: Alvoroço!

Alvoroço! 

A gata no cio fugiu. Todos psiando e chamando pela madrugada. Em casa, a safada, com o namorado gato,
miava e cruzava.


Borges.RJ
Contador de Histórias
tocadelobo@gmail.com



quinta-feira, 2 de maio de 2013

Por baixo da escada

Bem vestido, faceiro, lá vinha ele chamando a atenção de todos por onde passava. Com seus quase dois metros de altura, olhos claros, ombros largos, músculos bem delineados, barba e bigodes bem aparados e...
Pensando bem, nem ele nem seu cãozinho miúdo e branquinho, preso a uma longa guia era o que chamavam a atenção. Era simplesmente o contraste e a situação.
O quadro de alguém tão grande passeando com um cão minúsculo, de tão exótico, já atrairia todos os olhares. Só que o quadro se ampliara.
Na calçada daquela rua, com tráfego intenso, uma alta escada encostada na parede deixava praticamente o meio fio para quem desejasse se esquivar. O pintor com o seu rolo entintado estava lá no alto concentrado exclusivamente em seu trabalho.
O cachorrinho se embolara nos pés da escada. Percebia-se a indecisão do homem diante da escada. A guia que sobrara não lhe permitia ultrapassar aquele trecho sem passar por baixo da escada. O cãozinho estava agitado, próximo a movimentada via.
A parede branca parecia suja pelo tempo, mas isso não justificava a cor laranja quase fluorescente que ela recebia do azafamado pintor.
O homem vence temores. Num ato de coragem passa por baixo da escada. Isso alegra e agita ainda mais o cãozinho que tenta pular para o seu colo. A escada estremece. O pintor se assusta. O largo balde de tinta lhe escapa. A tinta se espalha entre o homem, o cachorrinho branco e a calçada. O balde se encaixa na cabeça do alinhado senhor. A escada cai. O pintor consegue se agarrar no alto da parede e ali fica pendurado. Toda gente socorre. Um corre-corre danado.
Enraivecido, segue um homem e seu cãozinho alaranjados e brilhantes. Ele vai claudicante, desengonçado, resmungando e tentando limpar os cabelos. Chama, ainda mais, a atenção de todos. 


Borges.RJ

Contador de Histórias
borges.rj@globo.com

terça-feira, 16 de abril de 2013

MICRO CONTOS & VERSOS


M I C R O   C O N T O S   &   V E R S O S









Borges.RJ
Contador de Histórias
tocadelobo@gmail.com


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Quem foi PEDRO FERNANDES?

Citei no Facebook (com esta mesma foto) a existência de um monumento suburbano a ser valorizado: Uma estátua do saudoso Deputado Estadual Pedro Fernandes.

Algumas pessoas de minha rede me pediram que eu falasse mais sobre ele. Isso é tarefa fácil. Conheci o Deputado Pedro Fernandes aos 15 anos, quando fui morar em Irajá. Ele sempre fez parte da vida dos bairros suburbanos até que no final de 2005 (27/12), aos 81 anos, ainda tralhando, resolveu descansar e seguiu para o outro plano de vida.

Ele e Dona Itália, sua esposa durante 61 anos, foram imbatíveis em sua dedicação por essa região da cidade. Ela ainda é. Continua trabalhando em apoio à filha, a Vereadora Rosa Fernades, e ao neto, Pedro Fernandes Neto, que já Deputado Estadual é promessa de continuidade daquele árduo trabalho.

Mas, falemos de Pedro Fernandes. Parelhas, cidade do Rio Grande do Norte, mais próxima de João Pessoa, capital da Paraíba do que de Natal, recebeu o nascimento deste líder em  12 de maio de 1924.

Casou-se aos 20 anos com Dona Itália. Sua vida profissional começou na Marinha Mercante, combateu na Segunda Guerra Mundial. Além de Dona Itália era o mar sua outra paixão. Entrou para a política a convite de Castro Neves, então ministro do Trabalho. Na época era dirigente do Instituto de Previdência dos Marítimos. Estávamos em 1962 e os aliados do ex-presidente Jânio Quadros - que renunciou em 1963 - precisavam reforçar a bancada parlamentar. Elegeu-se assim, pela primeira vez, Deputado Estadual pelo PP, então com 38 anos.

A partir de então só esteve ausente da Assembleia Legislativa de 1982 a 1986, sendo o Deputado que mais legislaturas teve no país servido àquela casa por 40 anos - 10 mandatos.

Nosso Decano sabia que precisava dar continuidade ao trabalho dele e da incansável esposa. Sua filha, Rosa Fernandes, dedicou-se à Cidade do Rio de Janeiro e na última eleição, mais uma vez, foi a Vereadora que angariou maior número de votos.

Mas não ficamos órfãos na Assembleia Legislativa. Pedro Fernandes Neto, nosso Deputado Estadual, se mantém firme no propósito de dar orgulho ao avô dedicando-se não apenas a cuidar dos subúrbios enquanto parlamentar. Ele não perde uma única oportunidade de acumular conhecimentos sobre temas políticos e sociais participando, sempre que a oportunidade não conflita com a sua atuação política, de cursos avançados no Brasil e no Exterior.

A obra deixada pelo dedicado Deputado Pedro Fernandes fala por si mesma. Está no nosso cotidiano, na nossa qualidade de vida e continua acontecendo pela luta incansável de seus sucessores.

Quem souber mais que isso, por favor, dedique uma parcela de seu tempo a completar a mínima biografia que não faz jus a este líder maior de toda uma região. Visitem o site da Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Fernandes) e complementem os dados ali já existentes.


Borges.RJ
Contador de Histórias
tocadelobo@gmail.com

segunda-feira, 18 de março de 2013

Deus nunca se cansa de nos perdoar!

http://3.bp.blogspot.com
Quero comentar com vocês o
Primeiro Angelus do Papa Francisco

Incrível o poder das palavras quando expressas com responsabilidade e amor.

Um texto tão curto e tão imenso que nos convida a reflexão e nos leva a imaginar o mundo sob as lentes da utopia.

Sabemos que é possível mudar, muito, e para melhor, mas quem cansa de pedir perdão acredita não ter forças para tanto.

Por isso, atendam ao apelo do Papa Francisco. Se preocupem apenas com a sua parte e creiam que Deus saberá multiplica-la e trará para perto de você quem mais puder ajudá-lo em sua jornada misericordiosa - se mergulhada no amor.


"Irmãos e irmãs, bom dia!
Depois do primeiro encontro na quarta-feira passada, hoje posso, novamente, saudar a todos! E estou feliz em fazê-lo no domingo, dia do Senhor! Isso é belo, é importante para nós cristãos: se encontrar no domingo, saudar, conversar, como agora, aqui na praça. Uma praça que, graças aos meios de comunicação, tem o tamanho do mundo.
Neste quinto domingo da Quaresma, o Evangelho nos apresenta a história da mulher adúltera (cf. João 8,1-11), que Jesus salva da morte. Comovente a atitude de Jesus: não ouvimos palavras de desprezo, não ouvimos palavras de condenação, mas apenas palavras de amor, de misericórdia, que convidam à conversão. "Nem eu te condeno: vai, e de agora em diante não peques mais" (v. 11).
Eh! Irmãos e irmãs, a face de Deus é de um pai misericordioso, que sempre tem paciência. Você já pensou na paciência de Deus, a paciência que Ele tem com cada um de nós? Essa é a Sua misericórdia. Sempre tem paciência, paciência conosco, nos entende, espera por nós, não se cansa de nos perdoar se sabemos voltar para ele com um coração contrito. "Grande é a misericórdia do Senhor", diz o Salmo.
Esses dias, eu pude ler um livro de um cardeal - o cardeal Kasper, um teólogo in gamba(atualizado, bem formado), um bom teólogo - sobre a misericórdia. E me fez tão bem aquele livro, mas não pensem que eu estou fazendo publicidade dos livros dos meus cardeais! Não é assim! Mas me fez tão bem, tão bem ... O cardeal Kasper falava de ouvir misericórdia, esta palavra muda tudo. É o melhor que podemos ouvir: mudar o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo.
Precisamos entender bem essa misericórdia de Deus, esse Pai misericordioso que tem tanta paciência ... recordemos o profeta Isaías, que diz: mesmo se nossos pecados forem vermelho escarlate, o amor de Deus irá torná-los brancos como a neve. É belo, isso da misericórdia! Lembro-me, apenas Bispo, em 1992, chegou a Buenos Aires, Nossa Senhora de Fátima, e fez-se uma grande Missa para os doentes. Eu fui confessar naquela missa. E perto do final da Missa, levantei-me porque tinha que celebrar uma crisma.
Chegou até mim uma senhora idosa, humilde, muito humilde, mais de oitenta anos. Eu olhei para ela e disse: "Vovó - porque assim chamamos as pessoas idosas: vovó – A senhora quer se confessar?". "Sim", disse ela. "Mas se a senhora não tem pecado ...". E ela disse: "Todos nós temos pecados ...". "Mas talvez o Senhor não vai perdoá-los ...". "O Senhor perdoa tudo"- disse ela, com convicção - "Como a senhora sabe?”. "Se o Senhor não perdoasse tudo, o mundo não existiria”. Eu tive vontade de perguntar-lhe: "Diga-me, a senhora estudou na Universidade Gregoriana?". Porque essa é a sabedoria que dá o Espírito Santo: sabedoria interior para a misericórdia de Deus.
Não esqueçamos esta palavra: Deus nunca se cansa de nos perdoar, nunca! "Oh, padre, qual é o problema?". Bem, o problema é que nós nos cansamos, nós não queremos, nos cansamos ​​de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós, às vezes, nos cansamos de pedir perdão. Não nos cansemos nunca, não nos cansemos nunca! Ele é um Pai amoroso que perdoa sempre, que tem um coração misericordioso para com todos nós. E nós aprendemos a ser misericordiosos com todos. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora que teve em seus braços a Misericórdia de Deus feito homem.
(Após o Angelus)
Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos. Obrigado pelo acolhimento e oração. Rezem por mim, eu vos peço. Renovo o meu abraço para os fiéis de Roma, extensivo a todos vocês, que vieram de várias partes da Itália e do mundo, bem como aqueles que se unem a nós através dos meios de comunicação. Eu escolhi o nome do santo padroeiro da Itália, São Francisco de Assis, e isso reforça a minha ligação espiritual com esta terra, onde - como vocês sabem – está a origem minha família. Mas Jesus nos chamou para fazer parte de uma nova família: a sua Igreja, nesta família de Deus, caminhando juntos na via do Evangelho. Que o Senhor vos abençoe, Nossa Senhora vos proteja. Não se esqueçam: o Senhor não se cansa de perdoar! Somos nós que cansamos de pedir perdão.
Bom domingo e bom almoço!"


Borges.RJ
Contador de Histórias
tocadelobo@gmail.com

segunda-feira, 11 de março de 2013

Você Mulher


Dia Internacional da Mulher! O que se espera de um dia como esse? Que a mulher seja enaltecida? Comemorada? Festejada? Valorizada?
Hoje, na verdade, o Dia Internacional da Mulher tem um significado político internacional.
Muitas nações esquecem que a mulher nada mais é do que um espírito num corpo feminino, com alguém já disse. Assim não é pior que os homens, nem melhor. Só é diferente em muitos aspectos que se tornam complementares na espécie humana.
Roberto Carlos falou do Côncavo e Convexo. Realmente num casal os corpos se encaixam. Mas a mulher, em sua imensa maioria, ainda é o braço educador, espiritualizado, apaziguador e o aconchego no ninho familiar.
No Brasil percebemos que as vitórias rumo à igualdade sexual:
- em nada atrapalha as características femininas – podemos continuar sendo mulheres;
- não faz as roupas ficarem mais sujas ou amarrotadas;
- não faz a comidinha caseira se tornar obsoleta;
- em nada atrapalha a convivência enquanto casal, enquanto família, mesmo alguns homens fugindo, ainda, da corresponsabilidade nos afazeres domésticos;
Assim, conclamo as mulheres a comemorarem esta data como “mulhersinhas” na melhor acepção do termo: cobre suas flores, exija seus carinhos, reúna a família em torno de você, vá ao salão, vista-se para sair mesmo que vá ficar em casa, não aceite nenhuma tarefa doméstica – redistribua, e mostre ao mundo, com o seu exemplo, que podemos ser fortes, felizes e femininas. Os homens, eu aposto, vão adorar! Mesmo na hora do culto no lar quando em prece agradecermos a DEUS por nossa família e nosso ninho!
Sei que algumas não têm ninhos... Mas, na sociedade, são as matriarcas de muitas famílias a quem socorrem, acompanham, aconselham e apoiam facilitando a ainda árdua jornada feminina em busca de seus objetivos.


Borges.RJ
Contador de Histórias
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Estou Envergonhado


Sim, leitor, estou envergonhado. Tão envergonhado que precisava me manifestar e não encontrava palavras. Assim fiquei ainda mais envergonhado. Por que?
Porque meu protesto não seria original! Apesar de moderno percebi que é muito antigo e constato que só mudanças para pior aconteceram em meu país. E me envergonho de não ter a capacidade para me expressar melhor que o Rui. Só não me envergonho de usar o texto dele para falar de minhas indignações:

SINTO VERGONHA DE MIM


Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!
‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.



Rui Barbosa

Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/NTk0MDg4/
Claro, nosso problema não é o Renan Calheiros, nosso maior problema é a sociedade que se vê refletida nas pessoas e ações de nossas representações nos Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, em todas as esferas deste poder. Mas não espero que o leitor tente mudar a sociedade. Prefiro amigo que você procure ser um exemplo mais contundente e menos conformado.
Eu, por exemplo, assinei manifesto requerendo a saída de Renan Calheiros sem ser movido por nenhum motivo pessoal. É que existem tantos (e tão poucos) Senadores de conduta menos questionável que não consigo vê-lo como meu representante para este mundo globalizado. A mensagem que passamos aos outros países é que continuamos a ser o país do qual o Rui Barbosa se lamentava, a República: das Bananas, das desigualdades, da ignorância, da corrupção, da impunidade, do individualismo, do egoísmo, ..., da omissão!http://www.avaaz.org/po/fora_renan_senadores_e_stf/?bmtZVdb&v=22099Se você concorda em NÃO SER REPRESENTADO por Renan Calheiros clique no link acima e manifeste ao mundo sua indignação!


Borges.RJContador de Históriastocadelobo@gmail.com

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Você quer ter Livre Arbítrio?

O homem é um ser social o que poderia ser traduzido por indivíduos que atuam em grupo em prol de um bem maior. E assim seria se nossa moderna sociedade não estivesse infectada pela ambição individualista. Assim se pode ler que o indivíduo faz o que é bom para o grupo na exata medida que seja o melhor para si mesmo de alguma forma.
Por que eu digo isso? Se assim não fosse poderíamos estar vivendo um século XXI sem violência, com melhor distribuição de renda, com todos os homens sendo encarados como iguais em qualquer circunstância. Com escravidões (trabalhista, miserável, sexual, entre outras) totalmente abolidas.
O homem deste século deveria abominar tudo aquilo, ser incorruptível, participativo e respeitador do livre arbítrio alheio.
Mesmo quando se fala de amor vamos encontrar o amor ciumento, amor dominador, amor violento, amor irresponsável, isto é; amor sem amor por sem seus ingredientes básicos: confiança, parceria, respeito mútuo etc.
Todavia o que mais condena o indivíduo da raça humana é o uso de todo e qualquer poder para submeter o próximo a quem deveria amar como a si mesmo. Em especial o uso da religião. Mesmo as que se consideram as mais evoluídas. Como o indivíduo recorre a seu Deus, anjos, santos, profetas, protetores e todos os demais acessos religiosos, em preces, oferendas, sacrifícios ou que nome tenha com pedidos simples:
a)      Reivindicando o amor de outrem. Quer influenciar outro ser humano para que o ame independente do que possa lhe indicar o livre arbítrio;
b)      Orando para progredir profissionalmente mesmo sabendo que para isso seu amigo e chefe provavelmente terá que perder o emprego com que sustenta sua família. Isso sem se importar se seu chefe usa seu livre arbítrio para dar o seu melhor, mesmo sendo o chefe mais eficiente;
c)       Usando rituais que vão levar a dor aos inocentes de outros grupos sociais independente do livre arbítrio do outro povo para decidir seu próprio rumo;
d)      Em suma, quer o religioso acesso a poder sobre os demais indivíduos, mesmo que seja o ser a quem julga amar com devoção.
Vamos nos fixar apenas no caso do amor. O indivíduo acredita que ama alguém e que por isso esse alguém só será feliz com ele. Para POSSUIR o ser amado recorre a todo tipo de armadilhas, usa todo poder que tiver a sua disposição e até mesmo sua fé a fim de impedir o livre arbítrio do ser amado.
Era de se esperar que o amante fosse digno de abrir mão da companhia do amado em prol de sua felicidade. Mas não, se o indivíduo não pode ter a felicidade da companhia de quem ama acredita piamente que o outro, por não corresponder ao seu amor, tem que ser ainda mais infeliz que ele. Alguns chegam a matar o ser amado ou a quem o amado ama (companheiro, ascendentes, filhos) para vingar-se da dor que acredita que é o outro que lhe esta impondo sem ser capaz de perceber que sofre apenas por não saber, na verdade, o que é o amor.
E é a falta deste amor verdadeiro que faz o homem receber orientações sociais em sua criação que o encaminha para o individualismo, para a ganância, para a busca desenfreada do sucesso e poder e assim nasce a violência que tanto faz sofrer a sociedade humana.
Basta respeitar o livre arbítrio do outro e atuar em parceria com a vontade coletiva sem buscar as vantagens pessoais neste esforço para mudar o mundo transformando-o em curto prazo num lugar melhor e no longo prazo num paraíso inexplicável e hoje simplesmente utópico.


Borges.RJ
Contador de Histórias
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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

... E a corda arrebentou, mais uma vez, do lado mais fraco!


  • Rio (http://www.jb.com.br/rio/noticias/2013/01/04/rio-morre-menina-atingida-por-bala-perdida-na-noite-de-natal/)
    04/01 às 16h42 - Atualizada em 04/01 às 17h16

    Rio: morre menina atingida por bala perdida na noite de Natal

    A menina Adrielly dos Santos, 10 anos, que foi atingida por uma bala perdida na noite de Natal em Piedade, no Rio de Janeiro, morreu no final da manhã desta sexta-feira. Ela já havia tido morte cerebral no último domingo. O caso ficou conhecido porque a menina esperou oito horas por atendimento em um hospital municipal do Méier porque o médico plantonista faltou ao trabalho. Adrielly estava internada no hospital Souza Aguiar, no Centro da cidade.

    >> Caso Adrielly: chefe diz ter avisado médico de que não poderia faltar

    Na quinta-feira (3), a Polícia Civil ouviu quatro médicos do hospital municipal Salgado Filho, onde Adrielly esperou por atendimento. Segundo o delegado Luiz Archimedes, da 23ª DP (Méier), o depoimento de José Renato Paixão, chefe do setor de Neurologia do hospital, foi bastante esclarecedor quanto à eventual responsabilidade do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Rodrigues, que estava escalado para trabalhar na noite do crime, mas faltou ao plantão.

    Segundo Archimedes, Paixão confirmou ter recebido um telefonema de Rodrigues, na véspera do plantão de Natal, avisando que não iria trabalhar na noite do dia 24, quando a criança foi internada no hospital. O chefe do setor de Neurologia, entretanto, teria alertado o médico que não seria possível escalar um substituto. "O importante na história toda foi o depoimento do doutor José Renato Paixão. Porque, segundo o depoimento prestado pelo doutor Adão dias atrás, ele falou que ligou pro doutor José Renato dando ciência de que ele não compareceria ao plantão do dia do fato, quando a menina levou o tiro. Mas o José Renato, tomando conhecimento da ligação, ele alertou ao doutor Adão que ele não poderia faltar de jeito nenhum, porque tinha uma escala e não tinha ninguém para cobrir", afirmou o delegado.

    Além de José Renato, prestaram depoimento nesta quinta-feira as médicas Maria Estela Dias, Eneida dos Reis e Lúcia Maria Avelar, que trabalharam no plantão de Natal. "As médicas todas falaram dos procedimentos que tomaram durante a permanência da garota, assim que chegou, os procedimentos que elas adotaram", completou Archimedes.

    Adrielly deu entrada no hospital na noite de 24 de dezembro de 2012 e após esperar oito horas para ser atendida, a menina foi operada e encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e teve morte cerebral diagnosticada no dia 30 de dezembro. A Secretaria Municipal de Saúde instaurou um inquérito administrativo para apurar o caso. "A Secretaria Municipal de Saúde lamenta e repudia o comportamento do profissional e aplicará a punição cabível ao médico", afirmou a secretaria na ocasião.
    Em depoimento, o neurocirurgião culpou a própria secretaria pelos dias que faltou ao trabalho. O médico admitiu que não comparecia aos plantões na unidade havia um mês, mas alegou que o fez por não concordar com a forma como era definida a escala. Ele afirmou que era o único especialista em sua área nos plantões, o que estaria contrariando uma norma do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), que determina a presença de dois profissionais por plantão. Segundo a secretaria, o neurocirurgião deveria ter pedido a exoneração se não concordava com as regras do plantão.


    ...

    Sinceramente: 
    a) Temos o fabricante da arma e da munição, estes sim deveriam ser responsabilizados por cada unidade vendida (é assim com a indústria química); 
    b) temos o(s) vendedor(es) destes materiais bélicos que rodam o mundo sem qualquer controle (isso não é indústria clandestina como o tóxico, portanto passível de controle); 
    c) temos o usuário irresponsável desta arma/munição; 
    d) temos uma enorme fatalidade da vítima em ser alvo de bala perdida; 
    e) temos um sistema de saúde sucateado e entregue as OS que fazem lucro da mesma verba que o governo utilizaria sem sucesso; 
    f) temos um plantão que contra o órgão de controle da categoria (CRM) mantém apenas um plantonista em neurocirurgia - plantonista remunerado por plantão e passível de falta como qualquer trabalhador - se fosse uma indústria ela não ia parar pela falta de um único engenheiro; 
    g) temos um plantonista que avisou que não iria aos plantões a quem de direito sem que qualquer providência fosse tomada - e não foi o único plantão que esteve ausente; 
    h) temos uma ausência pré-avisada e não suprida para reduzir os custos ou não dar trabalho aos responsáveis técnicos e administrativos que não poderiam aceitar uma emergência sem um neurocirurgião; 
    i) temos uma estrutura governamental de saúde omissa e ignorante de fatos tão relevantes.

    Isso posto, quando a fatalidade acontece a culpa é do mais fraco de toda cadeia? 

    Onde quem fabricou? 

    Onde quem vendeu? 

    Onde quem não fiscalizou venda, compra e uso? 

    Onde a estrutura governamental de saúde que mantém plantões capenga em TODO PAÍS? 

    Onde os agentes fiscalizadores da sociedade que a tudo permitem, inclusive terceirização de atividade fim? 

    Onde a direção técnica e administrativa da unidade de saúde, omissa ou ignorante, que manteve (pelo que se saiba) esse plantão de emergência sem duas das peças fundamentais e só contava com uma que avisou que estaria ausente? 

    Onde a equipe do dia que manteve a emergência aberta e aceitou um caso gravíssimo sabendo-se sem capacidade técnica de atendê-lo?

    Realmente a culpa é do médico, quem mandou ele não se jogar na frente da menina antes de ela ser baleada?

    Sociedade hipócrita e omissa...

    Código Civil: 
    Art. 159 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou 
    causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. 
    Art. 1.518 - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à 
    reparação do dano causado; e, se tiver mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente 
    pela reparação. 
    Parágrafo único - São solidariamente responsáveis com os autores, os cúmplices e as pessoas 
    designadas no art. 1.521. 
    Art. 1.521 - São também responsáveis pela reparação civil: 
    III - o patrão, amo ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho 
    que lhes competir, ou por ocasião dele (art. 1.522); 
    Art. 1.522 - A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, n° III, abrange as pessoas jurídicas, 
    que exercerem exploração industrial. 
    Art. 1.523 - Excetuadas as do art. 1.521, V, só serão responsáveis as pessoas enumeradas nesse e no 
    art. 1.522, provando-se que elas concorreram para o dano por culpa, ou negligência de sua parte. 
    Art. 1.524 - O que ressarcir o dano causado por outrem, se este não for descendente seu, pode reaver, 
    daquele por quem pagou, o que houver pago. 
    Art. 1.525 - A responsabilidade civil é independente da criminal; não se poderá, porém, questionar mais 
    sobre a existência do fato, ou quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no 
    crime. 
    Art. 1.526 - O direito de exigir reparação, e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança, exceto nos casos que este Código excluir.

    SIM, pela legislação brasileira a indústria bélica possui culpa presumida pelo mal uso dos produtos que industrializa, inclusive penal! 

    - Você concorda?


    Borges.RJ
    Contador de Histórias
    borges.rj@globo.com