Deste correspondente na Alemanha seguem as últimas notícias sobre a mais antiga experiência espacial da raça humana.
Depois
de uma viagem de mais de 22 anos-luz de distância, usando a primeira tecnologia
que permitiu surfar no espaço, os astronautas alemães estão de volta, chegam
nesta madrugada pousando no Oceano Atlântico.
A
viagem, que para nós durou aproximadamente dois séculos, estimam os cientistas,
que para os tripulantes durou apenas uns cinquenta anos. A imensa nave já deve
estar abrigando três gerações e o ecossistema artificial se manteve e até
progrediu afirma a equipe da Terra que manteve contato permanente com os
astronautas.
Eles
estão voltando do planeta descoberto, na primeira década do ano 2000, na constelação do Escorpião, antes chamado
de GJ 667Cc, rebatizado de Magneto por conta de suas peculiaridades. Como
curiosidade é bom lembrar que ele possui quase cinco vezes mais massa que a Terra
e que lá, um ano ocorre a cada 28 dias aproximadamente.
Os
relatórios indicam que no planeta existe vida abundante mas nenhuma vida
inteligente foi detectada. Experiências feitas pela equipe multidisciplinar (abdução) a
bordo da Deslizante I - tradução aproximada do alemão "Gleitend I" -
nas espécies mais semelhantes aos humanos indicaram possibilidade de mesclagem
no ADN. Todavia só o exemplar masculino "vingou". Ainda assim teve
que ser mantido em local isolado, a salvo dos predadores.
Depois
de quatro anos - apenas 112 dias - o exemplar estava plenamente recuperado e já
apresentava sinais de mudança e crescimento cerebral. Nova intervenção,
usando-se o novo ADN do ser "humanizado", foi possível estabelecer
com sucesso a alteração do ADN da fêmea da espécie.
Pouco
depois a fêmea engravidou e os filhotes já eram humanoide à nossa semelhança.
Alguns cientistas resolveram ficar em Magneto, abandonando a nave Deslizante I,
para dar continuidade à experiência e ensinar os primeiros passos às novas
criaturas.
Os
mais recentes relatos nos dão conta que algumas de nossas características eles
já herdaram e pela primeira vez se constatou um ser agredindo e
matando outro da mesma espécie, um de seus irmãos.
Os
astronautas são respeitados por todas as criaturas do planeta - provavelmente
pela força de suas armas - e já são considerados deuses pelas espécies mais evoluídas
do planeta. Assim, prenderam uma coleira com chips no humanoide que matou o
irmão e obrigando as demais criaturas a tomarem conta dele, soltaram aquele
indivíduo no novo mundo para verificar como será a prole de sua miscigenação.
Um
pequeno grupo de cientistas discordou de toda essa experiência e estão
afirmando que estamos repetindo o que aconteceu na colonização da Terra, nosso
planeta, e que até já criamos duas raças - uma que seria a pura, uma nobre raça
e uma miscigenada, inclusive porque, além de terem ficado muito mais próximos
de nossa imagem e semelhança o ADN da Fêmea saiu da costela deste novo Adão!
Rio
de Janeiro, 29 de fevereiro de 2268
Borges
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